segunda-feira, 13 de junho de 2011

Vila na Lua

Europeus criam projeto de Vila na Lua.

É uma cidade pequena, com certeza. Não como aquelas em que a vida corre pacata no entorno de uma pracinha com sua igreja, a prefeitura e simpáticas casinhas de alvenaria. Mas com lugares para práticas espirituais, assim como unidades médicas, laboratórios de pesquisa e centros de comunicação. Ali, também haveria bares, restaurantes, lugares para prática de esportes, parques repletos de plantas e, claro, um hotel para receber os turistas. Nas casas, nada de paredes de tijolos ou portas de madeira, mas as mais modernas tecnologias. O formato? Quase o de um balão inflável. E dentro dele espaços para o quarto, o escritório, a sala. Com tamanhos para abrigar famílias inteiras, casais, solteiros.

O italiano Arturo Vittori e o suíço Andreas Vogler não são cientistas, são arquitetos. Mas suas ideias, seu papo e, principalmente, seus projetos têm um tanto de futuristas e, por que não?, de lunáticos. Fundadores do escritório Architecture and Vision, de pesquisa e design, com sedes na Itália e na Alemanha, eles são os criadores da MoonCapital, uma vila para 60 pessoas morarem... na Lua! É o que mostra a repórter Karine Tavares em matéria publicada no caderno Morar Bem de hoje.


Hipoteticamente concebido para estar pronto em 2069 - ano em que o mundo comemora o centenário da chegada do homem à Lua -, o projeto não é o primeiro do gênero da dupla. Em 2009, eles tinham criado outra vila no satélite, mas para receber pesquisadores e turistas, e não pessoas comuns. Também se engajaram no design interno da Enterprise, nave para turismo espacial encomendada pela empresa suíço-germânica Talis Enterprise; e levaram à Bienal de Arte de Veneza uma casa móvel, recoberta de placas para captar a energia solar. Outro famoso projeto do escritório, em exposição permanente no MoMA, de Nova York, é a DesertSeal, tenda desenvolvida para temperaturas extremas que aproveita o calor do dia no deserto para o aquecimento noturno.


- O nosso propósito é permitir que cientistas e engenheiros pensem em cenários futuros, identifiquem problemas e encontrem soluções - explica Vogler.


A construção da MoonCapital não levaria menos de 20 anos e custaria, no mínimo, U$ 300 bilhões. Afinal, por mais encantadora e sedutora que seja a Lua, e a ideia de viver nela, seu ambiente é hostil ao homem: sem água, ar ou comida e com temperaturas extremas, altas doses de radiação e dias que equivalem a um mês na Terra. Exatamente por isso, a cidade seria completamente fechada. Os módulos infláveis, feitos em alumínio e fibras como a do carbono, ficariam sob grandes cúpulas cobertas por densas camadas de regolito (um tipo de fragmento que cobre a superfície lunar), para proteger as pessoas.


- Planejamos espaços onde as pessoas tenham seu bem-estar garantido. Elas vão ter que descobrir como é viver na Lua: só queremos criar ambientes que torne isso mais fácil, interessante e divertido - diz Vogler, que além do sócio teve colaboração dos arquitetos Dario Martini e Raffi Tchakerian.


Para isso, dentro dos módulos infláveis, haveria controle permanente de luz, temperatura e umidade e equipamentos para reproduzir as condições terrestres e evitar que os habitantes precisassem sempre estar com trajes espaciais. A localização da vila também obedeceria a critérios importantes. Ficaria no polo sul, às margens da cratera Shackelton - onde cientistas estudam a possibilidade de existir gelo. Não muito longe do porto espacial, para permitir uma rápida fuga, em caso de emergência; nem perto o suficiente da área de pouso, onde há risco de acidentes.


Mas quem pagaria por tudo isso? Para Vogler, esta seria uma missão global que tanto poderia envolver países como Estados Unidos, Rússia e, principalmente, China, como bilionários dispostos a investir seus recursos na conquista do espaço. Se isto vai se tornar realidade, até os criadores duvidam. Mas, quem sabe numa cidade assim, a brincadeira favorita das crianças não seria pegar carona numa cauda de cometa e voltar pra casa num lindo balão azul?


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Fonte:
http://www.institutodeengenharia.org.br/site/noticia.php?id_sessao=4&id_noticia=5451

sábado, 11 de junho de 2011

Exposição Morada Ecológica MAM até 26-JUN

Grande Sala

  • :: Morada ecológica
    19 ABR - 26 JUN
Morada ecológica investiga a influência da sustentabilidade na maneira de pensar a arquitetura do século 21 ao redor do mundo.
Exposição, que tem abertura no dia 19 de abril (terça-feira), marca parceria do MAM-SP com a Cité de l’Architecture & du Patrimoine, que recebe em contrapartida a mostra Burle Marx 100 anos: a permanência do instável.

O Museu de Arte Moderna de São Paulo inaugura no dia 19 de abril, a partir das 20h, com patrocínio da Duratex e da Elekeiroz, a exposição Morada ecológica, itinerância da Cité de l’Architecture & du Patrimoine, de Paris, com a curadoria de Dominique Gauzin-Muller. Na abertura, a curadora participará de uma mesa-redonda com o arquiteto Marcelo Aflalo na qual debatem os temas levantados pela exposição e pelo livro Arquitetura Ecológica (Editora Senac São Paulo), de autoria de Gauzin-Muller, que será lançado no evento, às 18h, no Auditório Lina Bo Bardi, do MAM-SP.

Morada ecológica aborda as principais inovações da arquitetura contemporânea ao redor do mundo e a forma como a sustentabilidade vem influenciando a maneira de pensar as construções e desenvolvimento urbano na atualidade. Com ela, o Museu de Arte Moderna retoma sua linha curatorial de arte e arquitetura, explorada em mostras como Quando vidas se tornam forma (2008), Flavio de Carvalho (2010), Gordon Matta-Clark: desfazer o espaço (2010) e Roberto Burle Marx 100 anos: a permanência do instável (2009).

É a exposição sobre Burle Marx que sela a parceria entre o MAM e a Cité de l’Architecture & du Patrimoine. A instituição paulista e o Paço Imperial (RJ), que concebeu a mostra originalmente, com a curadoria de Lauro Cavalcanti, produzem a versão que abre para os franceses a partir do dia 22 de março, em Paris.

Morada ecológica traz mais de 50 projetos pioneiros de arquitetos de várias partes do globo para refletir sobre como a necessidade de preservação das já escassas reservas naturais vem alterando a maneira de pensar a arquitetura e o desenvolvimento urbano no século 21. No século 19, a Revolução Industrial transformou radicalmente a forma de morar, com a criação das cidades, que no século 20 foram moldadas pelas interrogações sociais. Hoje, a permanência das indagações econômicas e sociais se amplia na preocupação com a manutenção do meio-ambiente.

“A palavra-chave da exposição que aqui é proposta por Dominique Gauzin-Müller, curadora-geral, é a abordagem dita holística, uma iniciativa global e multidisciplinar que amplia a reflexão dos atores e dos campos conectados à arquitetura: sociologia, economia, filosofia… Os projetos aqui apresentados ilustram essa iniciativa e são testemunha de que, além de a tomada de consciência ser internacional, ela também já é realidade na área”, define em seu texto para a mostra o presidente da Cité de l’Architecture & du Patrimoine, François de Mazières.

Os projetos e arquitetos são divididos em quatro módulos temáticos, exibidos com vídeos e diaporamas (slide-shows) veiculados em 24 monitores, textos explicativos e plantas em grandes painéis. No primeiro, figuram os Precursores do pensamento ecológico na arquitetura, como Frank Loyd Wright (EUA, 1868-1959) e sua casa-escritório-escola Taliesin, no Wisconsin (EUA); Alvar Aalto (Finlândia, 1898-1976), Glenn Murcutt (Austrália, 1936); Hassan Fathy (Egito, 1900-1989) e o brasileiro José Zanine (Bahia, 1919-2001), pioneiro no pensamento de utilização sustentável das matérias-primas da Floresta Amazônica, que figura na mostra com o projeto da casa que realizou para a bailarina Marcia Haydée, em Itaipava, na serra fluminense.

Nos três módulos seguintes, Panorama internacional das práticas atuais, Contribuições sustentáveis à arquitetura francesa e Passando à ação, são mostrados os nomes e projetos contemporâneos em evidência no desenvolvimento de um novo conceito holístico de arquitetura sustentável, que leva em consideração o papel do indivíduo na sociedade, a preservação da natureza, os modos de produção e a criação de uma estética condizente com os novos desafios propostos pela consciência ambiental.

Nomes como Sarah Wiggleworth e Jeremy Till (Inglaterra), Walter Uterrainer (Áustria) e Alejandro Aravena, da Elemental (Chile), entram na exibição com projetos que aliam desde procedimentos tradicionais da arquitetura regional de seus países a premissas dos precursores, passando pelos recursos mais modernos, que possibilitam que uma casa seja feita de palha, papelão corrugado ou de barro, ou que suas paredes externas sejam de tecido impermeável, ou ainda que seus componentes sejam todos pré-fabricados.

Levar em conta a utilização inteligente de energia, da iluminação e da água naturais, a possibilidade de expansão dos projetos de acordo com o gosto de seu morador e a formação de vizinhanças que atendam as necessidades de regiões específicas, seja de comércio ou apenas residencial, são alguns dos assuntos debatidos na exposição, por meio dos projetos destacados e dos textos curatoriais e de especialistas. Com isso o MAM não só explora os contornos da arquitetura na atualidade, mas também alia as questões estéticas inerentes a essa disciplina às dúvidas quanto ao futuro do homem num mundo em constante mudança.
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: SOBRE O LIVRO

Arquitetura Ecológica

Para que seja assegurada a qualidade de vida das gerações futuras, o conhecimento do desenvolvimento sustentável dos recursos do planeta tornou-se indispensável. Sua aplicação à arquitetura, ao urbanismo e ao ordenamento/gestão do território/espaço concerne a todos os que nele interferem: sejam eles mestres de obras, engenheiros, gestores políticos públicos ou privados, sociólogos, industriais, empreendedores, ambientalistas, arquitetos, urbanistas, paisagistas. O sucesso dos resultados depende da colaboração estreita entre todos esses partícipes de maneira a valorizar as competências de cada um. Esses foram os princípios que nortearam a pesquisa e elaboração do livro, da arquiteta e jornalista francesa Dominique Gauzin-Muller. Trata-se de uma obra muito bem fundamentada conceitualmente e ricamente ilustrada, não apenas com fotos, mas com desenhos e plantas, que mostram exemplos, sobretudo europeus, de projetos bem fundamentados do ponto de vista ambiental.

Arquitetura Ecológica

Editora: Senac São Paulo
Autora: Domique Gauzin-Muller
Tradução: Celina Olga de Souza e Caroline Fetrin de Freitas
Apresentação à edição brasileira: Marcelo Aflalo
Número de Páginas: 304


:: SOBRE A CURADORA E AUTORA

Dominique Gauzin-Muller é arquiteta e jornalista, colaboradora em diversas editoras e revistas especializadas européias, entre elas: D'Architectures, Séquences Bois, Le Moniteur des travaux publics et du bâtiment. Especialista em arquitetura em madeira e ecologia, ela ministra conferências e cursos em vários países europeus e é autora de três livros sobre esse tema.

:: ARQUITETOS NA MOSTRA

Wolfgang Ritsch (Áustria)
Precursores
Frank Loyd Wright (EUA)
Alvar Aalto (Finlândia)
Sverre Fehn (Noruega)
Pierre Lajus (França)
José Zanine (Brasil)
Glenn Murcutt (Austrália)
Paolo Soleri (EUA)
Hassan Fathy (Egito)
Balkrishna Doshi (Índia)

Panorama internacional das práticas atuais
Arthur Freear – Rural Studio (EUA)
Alejandro Aravena – Elemental (Chile)
Jan Albrechtsen, Ole Andersen, Jens Arnfred, Flemming Ibsen, Steffen Kraagh, Søren Nielsen, Pernille Poulsen e Thomas Nyboe Rasmussen – Tegnestuen Vandkunsten (Dinamarca)
Anna Heringer (Áustria)
Martin Rauch (Áustria)
Wang Shu & Lu Wenyu – Amateur Architecture Studio (China)
Sarah Wiggleworth e Jeremy Till (Inglaterra)
Olavi Koponen (Finlândia)
Walter Unterrainer (Áustria)
Werner Sober – Sober Partners (Alemanha)

Contribuições sustentáveis à arquitetura francesa
Jean-Pierre Watel
Edmond Lay
Roland Schweitzer
Françoise-Hélène Jouda e Gilles Perraudin
Jean-Yves Barrier
Karine Olivier e Frédéric Péchereau (Po Architecte) + Thomas Cantin (Fichtre)
Marjolijn e Pierre Boudri
Christophe Ouhayoun e Nicolas Ziesel – KOZ
Cusy Maraval
Pascal-Arsène Henry e Philippe Dandrel – Atelier Da.U
Dominique Jakob e Brendan MacFarlane
Anne-Flore Guinée e Hervé Potin
Passando à ação! (arquitetos franceses)
Florence Lipsky e Pascal Rollet – Lipsky + Rollet
Philippe Madec
Dominique Vitti, Anne-Charlotte Zanassi e Julien Zanassi – Philéas
Thibaud Babled, Armand Nouvet e Marc Reynaud – Babled Nouvet Reynaud
Sabri Bendimérad e Pascal Chombart de Lauwe – Tectône
2AD Arquitetura
Édouard François
Pierre-Yves Lebouc, Max Rolland, Alain Vargas e Rapahël Verboud – Tectoniques
Bruno Mader
Jean-Louis Pourreyron, Philippe Tixier e Jean-Jacques Erragne – Atelier 4
Patrick Bouchain – Agence Construire
Inca Innovation Création & Architecture
Michel Bertreux, Alain Boeffard, Claude Jolly e Jean-Pierre Mace – Tétrarc

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Utilidades de bambú conquistam grandes Redes de Hipermercados

Bambu do interior conquista grandes atacadistas



   O trabalho dos artesãos começa no bambuzal, com a seleção da planta.
“O bambu tem que ser da qualidade mussô, ser bem maduro e deve ser retirado na Lua minguante para não dar caruncho”, explica a artesã Marluce Celina Oliveira.
   Na cidade de Pilar do Sul - SP, o bambu é uma matéria prima abundante. Com ele, são feitos mais de cem produtos. A maioria é de utensílios para cozinha. Na oficina, o bambu passa por várias etapas, até se transformar em colher, concha, espátula e objetos de decoração.
   O grupo começou o trabalho há seis anos e investiu R$ 4 mil em equipamentos, mas faltava orientação profissional. Para administrar o negócio, os artesãos buscaram a ajuda do Sebrae.  Eles aprenderam a divulgar as peças em feiras e conquistaram os grandes atacadistas.
   Na oficina, eles tiveram que seguir uma exigência do mercado: a padronização. Ou seja, uma peça tem que ser uma igualzinha a outra, não pode ser diferente, nem no tamanho nem no acabamento.
   Os artesãos também se organizaram para cumprir os prazos de entrega.  Foi feito um catálogo de divulgação dos produtos e, hoje, os preços para o atacado variam de R$ 2 a R$ 4. Com habilidade, a equipe faz sob encomenda 3 mil peças por mês.
   Apostar em um produto ecologicamente correto levou a colher de bambu à liderança nas vendas. Segundo os artesãos, o produto não embolora e não acumula sujeira.
   A empresa já se prepara para lançar novos produtos.
   “Agora, nós queremos atingir mais algumas redes de lojas e buscar um mercado novo, dos brindes. Esses brindes diferenciados que as empresas estão proporcionando para seus clientes de fim de ano. A gente também quer atingir o Brasil todo e até o exterior”, diz a coordenadora do grupo, Maria Paula Dantas dos Santos.
    O Sebrae também ajudou o grupo a trocar experiências com outros núcleos do estado.
“Nós chegamos a trazer três grupos, também atendidos pelo Sebrae em outras regiões, para conhecer o trabalho deles aqui. Então, existe esse intercâmbio, essa troca de experiência, entre esses grupos que trabalham dentro desse programa de artesanato. Esse pessoal encarou bem o desafio. Hoje, eles atingem mercados que, inicialmente, muitas pessoas não acreditavam possíveis”, disse Paulo Alves de Moraes Neto, do Sebrae de SP.
    Um dos principais clientes do grupo de artesanato é uma rede especializada em móveis e acessórios para casa, escritório e jardim, em São Paulo. A parceria já dura dois anos e durante este tempo, mais de 10 mil peças de cozinha foram vendidas.
    “Eu acho prático porque não risca panela, não estraga, é leve e dura mais”, opina a cliente Eliane Tambosi.
    Um objeto de decoração chamado sino dos ventos foi criado para uma loja. Com o vento, o som do bambu transmite calma.
   “É decorativo, bonito e o som é muito gostoso. A gente que vive na cidade com essa poluição sonora constante dos carros. Se a gente tiver um lugar sossegado e um barulhinho de sino dos ventos é bem relaxante. Acho que livra um pouco a gente do estresse cotidiano”, acrescenta outra cliente Simone Herchcovitch...
   “Há uma forte tendência de se comprar produtos que carregam não somente a sua função, mas que tenham alguma coisa cultural por trás. O bambu está na moda e é a matéria prima do futuro”, afirma o coordenador de tendência da rede, Edson Coutinho.
Contato: 


BROTOS E GOMOS - ARTE EM BAMBU
Tel: (15) 3278-4112 / 9724-6231
bgbambu@hotmail.com
Endereço: Avenida Antônio Lacerda, 308 - Santa Cecília - CEP 18185-000 - Pilar do Sul - SP
Contato: Maria Paula Dantas