Europeus criam projeto de Vila na Lua. 
É uma cidade pequena, com certeza. Não como aquelas em que a vida corre  pacata no entorno de uma pracinha com sua igreja, a prefeitura e  simpáticas casinhas de alvenaria. Mas com lugares para práticas  espirituais, assim como unidades médicas, laboratórios de pesquisa e  centros de comunicação. Ali, também haveria bares, restaurantes, lugares  para prática de esportes, parques repletos de plantas e, claro, um  hotel para receber os turistas. Nas casas, nada de paredes de tijolos ou  portas de madeira, mas as mais modernas tecnologias. O formato? Quase o  de um balão inflável. E dentro dele espaços para o quarto, o  escritório, a sala. Com tamanhos para abrigar famílias inteiras, casais,  solteiros. 
O italiano Arturo Vittori e o suíço Andreas Vogler não são cientistas,  são arquitetos. Mas suas ideias, seu papo e, principalmente, seus  projetos têm um tanto de futuristas e, por que não?, de lunáticos.  Fundadores do escritório Architecture and Vision, de pesquisa e design,  com sedes na Itália e na Alemanha, eles são os criadores da MoonCapital,  uma vila para 60 pessoas morarem... na Lua! É o que mostra a repórter  Karine Tavares em matéria publicada no caderno Morar Bem de hoje.  
Hipoteticamente concebido para estar pronto em 2069 - ano em que o mundo  comemora o centenário da chegada do homem à Lua -, o projeto não é o  primeiro do gênero da dupla. Em 2009, eles tinham criado outra vila no  satélite, mas para receber pesquisadores e turistas, e não pessoas  comuns. Também se engajaram no design interno da Enterprise, nave para  turismo espacial encomendada pela empresa suíço-germânica Talis  Enterprise; e levaram à Bienal de Arte de Veneza uma casa móvel,  recoberta de placas para captar a energia solar. Outro famoso projeto do  escritório, em exposição permanente no MoMA, de Nova York, é a  DesertSeal, tenda desenvolvida para temperaturas extremas que aproveita o  calor do dia no deserto para o aquecimento noturno.  
- O nosso propósito é permitir que cientistas e engenheiros pensem em  cenários futuros, identifiquem problemas e encontrem soluções - explica  Vogler.  
A construção da MoonCapital não levaria menos de 20 anos e custaria, no  mínimo, U$ 300 bilhões. Afinal, por mais encantadora e sedutora que seja  a Lua, e a ideia de viver nela, seu ambiente é hostil ao homem: sem  água, ar ou comida e com temperaturas extremas, altas doses de radiação e  dias que equivalem a um mês na Terra. Exatamente por isso, a cidade  seria completamente fechada. Os módulos infláveis, feitos em alumínio e  fibras como a do carbono, ficariam sob grandes cúpulas cobertas por  densas camadas de regolito (um tipo de fragmento que cobre a superfície  lunar), para proteger as pessoas.  
- Planejamos espaços onde as pessoas tenham seu bem-estar garantido.  Elas vão ter que descobrir como é viver na Lua: só queremos criar  ambientes que torne isso mais fácil, interessante e divertido - diz  Vogler, que além do sócio teve colaboração dos arquitetos Dario Martini e  Raffi Tchakerian.  
Para isso, dentro dos módulos infláveis, haveria controle permanente de  luz, temperatura e umidade e equipamentos para reproduzir as condições  terrestres e evitar que os habitantes precisassem sempre estar com  trajes espaciais. A localização da vila também obedeceria a critérios  importantes. Ficaria no polo sul, às margens da cratera Shackelton -  onde cientistas estudam a possibilidade de existir gelo. Não muito longe  do porto espacial, para permitir uma rápida fuga, em caso de  emergência; nem perto o suficiente da área de pouso, onde há risco de  acidentes.  
Mas quem pagaria por tudo isso? Para Vogler, esta seria uma missão  global que tanto poderia envolver países como Estados Unidos, Rússia e,  principalmente, China, como bilionários dispostos a investir seus  recursos na conquista do espaço. Se isto vai se tornar realidade, até os  criadores duvidam. Mas, quem sabe numa cidade assim, a brincadeira  favorita das crianças não seria pegar carona numa cauda de cometa e  voltar pra casa num lindo balão azul?  
Clique  aqui   e veja a galeria de imagens.
Fonte:
http://www.institutodeengenharia.org.br/site/noticia.php?id_sessao=4&id_noticia=5451

 
Nenhum comentário:
Postar um comentário